Thalita Vitachi

Horta de temperos: 10 espécies para ter em casa

Aprenda como fazer uma horta de temperos em vasos ou em um pequeno canteiro

Plantar uma horta ou um pomar e cultivar ervas, temperos e frutas em casa é uma maneira saudável de se alimentar e de se reconectar com a natureza. A primeira regra para quem quer ter espécies comestíveis em casa é observar de onde vem a luz. A exposição solar (direta ou indiretamente) é fundamental para todas as espécies que vão parar no seu prato.

Para começar, você precisa decidir se vai apostar em sementes ou pequenas mudas. As sementes demoram mais para germinar, mas o plantio é simples: basta afofar a terra do canteiro ou apostar em uma jardineira com terra. Em um mês, é possível que as plantas já tenham crescido. Já quem optar por mudas, deve usar substrato e ficar atento à exposição solar da sua horta. O que acontece, muitas vezes, é que alguns produtores cultivam as espécies em estufas ou ambientes protegidos. Por isso, ao ser exposta ao sol pela primeira vez, as espécies podem estranhar. O importante é fazer essa transição aos poucos ou investir em um espaço iluminado, mas sem exposição direta.

É preciso também estar atento às particularidades de cada espécie ao plantá-las juntas em um mesmo canteiro. Para todas conviverem bem, as necessidades devem ser as mesmas. Uma dica para acertar é reunir plantas que tem folhas do mesmo tipo (já que elas indicam que as plantas precisam de cuidados parecidos). Sálvia e orégano, por exemplo, vão bem juntas, pois precisam da mesma quantidade de rega. “São duas situações que favorecem reunir plantas em um canteiro: uma é a necessidade hídrica de cada um e a outra é a questão do espaço, a proporção e o crescimento das mudas”, comenta a bióloga e paisagista Thalita Vitachi.

O hortelã e o alecrim, por exemplo, não vão bem juntos porque são duas espécies que precisam de cuidados distintos e são espaçosas – assim, competem por espaço. O alecrim, inclusive, é uma das poucas plantas da lista abaixo que tem ciclo perene, ou seja, dura mais tempo. “A grande questão é trabalhar com o espaço dessa jardineira, vaso ou canteiro. Na minha horta particular, eu tenho um espaço de um metro cúbico em que combino salsão, hortelã, beterraba e brócolis. Nesta área, dá certo incluir o hortelã, por exemplo”, revela Thalita. A maioria das espécies hortaliças tem um ciclo curto, ou seja, é natural que elas durem apenas alguns meses ou algumas colheitas. Confira abaixo as dicas para cultivar cada um dos temperos da sua horta.

Manjericão

Muito usado na culinária mediterrânea, o manjericão é, na verdade, uma erva arbustiva e aromática de origem asiática. Como ele é uma planta que cresce pouco, é uma ótima opção para o cultivo em vasos. Há vários tipos de manjericão do folha-de-alface ao manjericão-roxo. Cada tipo auxilia com pratos diferentes. Esta espécie, de folhas largas, precisa de regas mais constantes.

Pimenta

Há diversos tipos de pimenta que podem ser cultivadas em casa, da malagueta à do reino, passando pelas pimenta biquinho e pimenta síria (muito usada em pratos da culinária árabe). Como as frutíferas, as pimenteiras precisam de bastante luminosidade durante o dia, então vale deixá-las perto de janelas, onde podem aproveitar da luz difusa. A planta também precisa de rega constante, mas o substrato precisa estar úmido, nunca encharcado. A pimenta é também uma das plantas que devem ser plantadas em um vaso separado dos outros temperos.

Hortelã

Esta é uma espécie superversátil e pode ser usada em pratos salgados, doces e até em drinks. Como todas as plantas que dão frutos ou são ervas comestíveis, ela precisa de sol e rega constante, além de um solo bem rico em nutrientes. Mas vale um alerta: o hortelã ocupa bastante espaço, por isso o mais recomendado é plantá-lo em um vaso separado do restante da horta para que ela não atrapalhe o crescimento das outras plantinhas.

Coentro

Um dos temperos mais polêmicos do mundo culinário, há quem ame e odeie o coentro. Se você gosta, cultivá-lo em horta é bem simples: ele prefere ficar ao sol e em solo úmido – como (quase) todas as espécies que podem ir ao prato. Há ainda vários tipos de coentro, com variações de aromas e sabores. “Um tempero interessante é o coentro selvagem”, comenta a paisagista Flávia Nunes. De origem amazônica, esta espécie com folhas serrilhadas costuma durar mais tempo do que o coentro mais convencional e também dá um sabor especial às invenções culinárias.

Alecrim

O alecrim vai bem vasos, jardineiras ou canteiros. A planta pode ser usada como tempero, em vários tipos de receita e, até mesmo, virar um chá. O alecrim prefere solos mais arenosos e bem drenados, gosta da exposição solar e vale apostar em um vaso mais profundo (e só para ele). A espécie precisa de rega regular, mas não diária já que não gosta de muita umidade. Vale lembrar que o alecrim é uma planta de ciclo perene, ou seja, ela vive por muitos anos – diferente da maioria das hortaliças desta lista.

Salsa

A salsa é uma espécie de tempero que se adapta a vários tipos de solo. Gosta de luz difusa, ou seja, ambientes iluminados, mas não exposição direta ao sol. É uma espécie que tem ciclo curto, ou seja, não dura por muito mais do que um ano.

Sálvia

A sálvia é um arbusto e precisa de solo fértil, bem drenado, mais arenoso e com temperaturas amenas. Há muitas variedades de sálvia, algumas delas, inclusive, ornamentais por suas folhas com pontas dentadas. A espécie utilizada na cozinha pode facilmente ser cultivada em vasos já que não precisa de muita profundidade para o plantio.

Orégano

O orégano é uma planta que prefere um solo bem drenado e mais arenoso, para não acumular água na raiz. De origem mediterrânea, pode compartilhar um canteiro com o tomilho e a sálvia já que são espécies que pedem os mesmos cuidados.

Tomilho

Parente do orégano, o tomilho também é uma erva aromática muito usada na culinária mediterrânea. A espécie gosta muito de sol e precisa de um solo bem drenado e arenoso. Pode ser plantado em canteiro junto com a sálvia e o orégano.

Limão kaffir

Do sudeste asiático veio esta árvore de pequeno porte que produz um espécie de limão com casca rugosa e grossa (parecendo uma mexerica), com polpa firme e sabor ácido. A planta é superornamental e produz uma florada bem perfumada, mas é excelente para ser usada em gastronomia. Pode ser plantada em vaso e precisa de sol pleno (ou seja exposição direta durante algumas horas do dia). As folhas e os frutos deste tipo de limão são muito usados em pratos da culinária tailandesa.

fonte: https://casavogue.globo.com/Arquitetura/Paisagismo/noticia/2020/06/horta-de-temperos-10-especies-para-ter-em-casa